26.9.10

O rei dos idiotas

Quando nós nos conhecemos parecia que tudo estava a nosso favor. Nada poderia atrapalhar essa história tão inusitada e tão bonita. Muita gente colocava olho gordo na relação, mas, eu pelo menos, nunca liguei pra isso. Os anos se passavam e os comentários persistiam. Enquanto isso nós seguíamos em frente, sabíamos onde queríamos chegar. Era a nossa história, ninguém tinha que se meter, a opinião alheia não fazia diferença nas nossas escolhas. Desde de o primeiro dia que eu te amei, nada mais importava, a não ser você.

Finalmente nos casamos. Você era a mulher da minha vida, tudo o que eu sempre sonhei e algo mais. A felicidade era o sentimento que preenchia a nossa casa. É verdade que tudo era muito simples. Apenas um detalhe. Ainda assim, nossas poucas posses e vida sem grandiosidades não te incomodavam, mas resolvi te dar uma vida melhor. A futura mãe dos meus filhos merecia o máximo de mim. Como eu te amo, baby. Desde que eu andei amando você meus amigos dizem que eu sou o rei dos idiotas. Nunca quis acreditar nem na metade do que eles me diziam. Irônico, não?

Desde que eu andei amando você eu trabalho das 7 até as 11 da noite. Você tem ideia de como eu te amo? Tudo o que eu queria era te dar o melhor. Mentira de quem disser que dinheiro não ajuda nessas horas. Não nego que a vida que eu levava era uma merda. Era mesmo uma droga, mas eu te amava e ainda te amo. Isso me levou ao ponto de relevar o ser angustiado que vivia dentro de mim. Desde que eu te amo, baby... Algumas coisas mudaram, enquanto outras continuam marcadas.

Desde que eu te amo venho bancando o idiota mor. Saía cedo de casa. Te dava um beijo apaixonado de bom-dia. Você retribuía fingindo que me amava. Depois de todo um dia me remoendo por não estar ao seu lado, finalmente abri a porta da frente da casa que construímos juntos. Estranhei um barulho de porta se fechando no mesmo instante. Você chegou ofegante da cozinha, algumas mechas de cabelo fora do lugar. Apesar de cansado consegui ouvir passos pelo lado da casa e tive a sensação de que algo não estava certo. Quando finalmente vi o seu rosto percebi sua expressão preocupada. No dia seguinte você já tinha saído de casa com nossos filhos. Meu amor não se foi com você.

Bati em sua porta. Queira te ver, ver meus filhos. Você se lembra da sua reação? As crianças estavam na sala e você gritou pra quem quisesse ouvir: “Eu não te quero mais!”, como se fosse simples assim. Andei chorando como o céu durante as tardes de verão. Consegue ouvir minhas lágrimas caindo, meu amor?! Todo mundo sempre me alertou para o tipo de vadia que você era.

Deus! Já te disse como eu tentei nessa vida? Como eu ainda tento! Tentei fazer dela a mulher mais feliz do universo. Tentei ser um bom pai. Deus! Sabe o quanto eu me sacrifiquei, como eu fiz o melhor que pude desde que amo essa mulher! Estou de novo a ponto de me descontrolar. Estou na beira do precipício.

Como eu te amo... Como eu ainda te amo? Ainda trabalho das 7 às 11 da noite todos os dias. Quem sabe assim não consigo te esquecer. Minha vida é um saco. Ainda sou o rei dos idiotas. Eu sou o rei dos idiotas desde que andei amando você.

Baseado em: Since I’ve been loving you, da banda Led Zeppelin. Composta por Jimmy Page, Robert Plant e John Paul Jones. Faixa 4 do disco Led Zeppelin III, de 1970.

Escrito em: 26 de setembro de 2010.

Um comentário:

  1. Sarah passei para conhecer seu blog ele é not°10, show, espetacular com excelente conteúdo você fez um ótimo trabalho desejo muito sucesso em sua caminhada e objetivo no seu Hiper blog e que DEUS ilumine seus caminhos e da sua família
    Um grande abraço e tudo de bom

    ResponderExcluir