27.9.11

Ponto final

Ambos sabiam que as coisas ali não estavam muito bem. Depois dos últimos acontecimentos sustentar a situação e a relação ficou ainda mais difícil para um lado. Por mais que o outro soubesse das bobagens que havia feito, insistia para tentarem uma nova chance. Lá estava a oportunidade, mas nada mais era como antes.

“Você tem consciência do quanto me machucou. De como eu sofri com suas atitudes, do quanto chorei por ver que o amor da minha vida, por mais que me dissesse o mesmo, não se preocupava com meus sentimentos...”

“Me preocupo, sempre me preocupei! Se aquilo aconteceu foi porque eu não tinha ideia do que estava fazendo. Não tinha controle dos meus atos. Me desculpa, me perdoa... Nunca quis te fazer mal.”

“Foi exatamente isso que você me disse da última vez. Dei uma nova chance pra gente, mas você simplesmente pegou meu coração e quebrou em milhares de pedaços. Não dá. Achei que você fosse me trazer de volta a felicidade que um dia tive ao seu lado. Não foi bem isso que aconteceu. Não foi essa a sua escolha.”

Momento de silêncio. Não havia lágrimas naquela conversa. Apenas a emoção tomada pela razão de um lado e a procura de argumentos de outro.

“Não saia da minha vida. Volta pra mim... Volta pra mim...”

“Não consegue ver o que está causando na minha vida? Sim, já fui muito feliz ao seu lado um dia. Essa história já significou muito pra mim. Mas tudo foi destruído por você. Pegou meus sentimentos e me deixou só.”

O outro lado tentava com todas as forças ser convincente, provar que o que dizia era verdadeiro e sincero, porém não tinha mais de onde tirar motivos lógicos para que a relação não terminasse. O que restou foi continuar ouvindo e sofrendo. Por mais que tivesse feito muita coisa errada, aquela vida era muito importante.

“Eu te avisei antes. Não esperava que tudo acabasse assim. Você não me deixa escolha. Não posso mais me torturar. Você ainda é o amor da minha vida, mas o tempo vai passar...”

“E eu vou estar sempre lá por você. Não me deixe. Pode passar o tempo que for. Eu nunca vou deixar de te amar. Quando tivermos envelhecidos sentados em cadeiras de balanço, eu vou até você para te lembrar que ainda te amo. Vou continuar te amando até o dia que você voltar para mim. Até o fim.”

A ausência de palavras agora era do suposto lado “correto” daquela discussão.

“Será que não sabe o quanto você é importante pra mim? Sei que fiz muita merda, mas... por favor, volta pra mim. Você é o amor da minha vida.”

Aquelas palavras sim, tiraram a capacidade de falar de um dos lados. Porém não corrigiram os erros ou apagaram o passado mais recente. Sem mais o que falar, mas crente em tudo o que passava pela sua cabeça, tudo o que esse fez foi dar as costas e seguir seu caminho (agora) solitário.

Baseado em: Love of my life, da banda Queen. Composta por Freddie Mercury. Faixa 9 (ou 2 do Lado B) do disco A Night at the Opera de 1975.


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