28.11.10

Aos meus bons amigos

O final do semestre, quando junto com o final do ano, me faz pensar em uma coisa em especial. Há quanto tempo não vejo meus amigos, meus maiores amigos? Alguns podem dizer que, como eu faço aniversário no fim do ano, e sempre comemoro, não deveria sentir essa falta toda, mas eu não funciono assim. São tantos trabalhos finais, provas, estudos e outras preocupações e ocupações que fico perdida. Não. Ver alguns deles uma vez por mês não me satisfaz!

Essa época me lembra também do último ano no colégio. Boa parte dos meus amigos de verdade estava na mesma situação que eu, ou alguma coisa parecida. Estávamos formando, tentando acabar com o 3º ano (sempre me vem à cabeça minha luta eterna contra a física. Eu queria ser amiga dela, mas ela nunca foi muito com a minha cara). Ao mesmo tempo estudávamos para o maldito vestibular ou, no caso de alguns em especial, ainda tentávamos escolher qual curso fazer. No meio disso tudo o clima de festa pairava no ar! Último ano no colégio, festas, e a aproximação de algumas das pessoas mais importantes pra mim. Momento piada interna: “Vocês moram naquela ZN?!”. Coincidentemente, ou não, o ano seguinte teve um perfil quase que exatamente igual. Tirando a euforia de sair do colégio, tudo era muito parecido em uma sala de cursinho pré-vestibular. Mais um grupo de amigos se formou e eu já sabia o que poderia acontecer no ano seguinte. Amizade não é um sentimento que se controle, ainda mais pra alguém como eu.

Se por um lado eu tinha a sensação de que aqueles grupos de amizade iriam durar pra sempre, meu lado racional, sempre me importunado, me lembrava que as coisas não seriam bem assim. Cada um iria seguir sua vida e não dá pra levar junto todas as pessoas que queremos. Um dia sonhei em tê-los comigo o tempo todo, pro resto da minha vida. Essa não é uma realidade plausível, eu admito. Medicina, Engenharias, UFOP, cursos em tempo integral. Foram essas algumas das nossas escolhas. E eu já sabia delas quando percebi que esses meus amigos eram a minha então principal razão de felicidade, quando percebi que tinha criado certa dependência deles. Culpados por um lado, mas totalmente inocentes por outro. Prefiro a segunda opção, não sou possessiva assim.

Apesar de toda essa distância, eu sei que ainda somos amigos, grandes amigos. Se eu os amo? Pergunta boba. Claro que sim e eles sabem disso. Ao menos espero que ainda saibam. De tempos em tempos intimamos todos para um encontro, com penalidades de alta periculosidade para os ausentes. Mesmo assim algumas baixas começam a aparecer. Os “piolhos de festa” estão sempre lá, mas algumas peças especiais não.

Sou chata e inoportuna quando peço notícias de vocês? Como anda a vida, quando vamos nos ver de novo? Mas encontrar de verdade, nada de prometer: “A gente marca um dia”. A gente sabe que esse dia nunca chega.

Isso não faz muito sentido, assim como muita coisa que se passa na minha cabeça, mas tenho uma sensação que carrego nos ombros a obrigação de não perder vocês. Fico imaginando 2017. “Festa de comemoração de 10 anos de formados no colégio”. Espero que todos vocês estejam na festa, provavelmente na laje mais amada do Brasil. No ano seguinte, 10 anos de “Sala de aula”. Também espero vocês, num boteco do Santa Tereza. E meus outros bons amigos que não se encaixam diretamente nessas categorias, a gente inventa um motivo pra encontrar. Acho que é isso que falta para que esse tempo tão longo entre um encontro e outro diminua.

Baseado em: Meus bons amigos, da banda Barão Vermelho. Composta por Guto Goffi / Mauricio Barros / Fernando Magalhães. Faixa 2 do disco Carne Crua, de 1994

Um comentário:

  1. ahh! momento sentimental da sar =]

    eu nao te abandonarei se a laje nos receber!! kkkkkkk. pouco brega.
    :*
    Fer

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