Sempre achei que você já soubesse disso. Se era tão experiente como dizia - e falavam por aí – como pôde cometer um erro tão banal? A não ser que fosse por diversão, esporte, gosto pelo perigo... Mas acho que você não tem noção de que, comigo, o perigo era, não apenas maior, mas também mais real. Pelo que te conheço, posso ouvi-lo dizer “Eu rio na cara do perigo, Há-há-há...”. Patético você. Em toda a sua esperteza e coragem deveria lembrar que não sou exatamente como as mulheres “normais”. Não bato muito bem da cabeça... Não me lembro de ter te contado isso, mas sabia que uma vez um psicólogo me recomendou que tivesse uma consulta com um amigo dele, psiquiatra? Enfim, não vem ao caso, quem sabe um dia você não tem a chance de ouvir essa história mais detalhadamente.
Da primeira vez que você terminou comigo confesso que fiquei muito triste. Na verdade mais que isso. Passei no supermercado, comprei 5 potes de sorvete, aluguei pelo menos uns 10 filmes e fiquei dias sem sair de casa, não queria falar com ninguém. Nem as cortinas eu abria, muito menos as janelas. Quando eu acordava depois de dormir o dia todo sozinha, mal conseguia abrir os olhos de tão inchados que estavam. Acho que tinha motivo pra isso... Te peguei comendo a vizinha...
Depois de muita insistência – e quando eu não conseguia mais evitar as noitadas enchendo a cara -, meus amigos me tiraram de casa. A ideia inicial não foi minha, mas eles me convenceram a despertar a criatura vingativa que hibernava dentro de mim.
Hoje a situação mudou. Ainda me surpreendo com seus telefonemas a todo o tempo. Nem acredito quando ouço sua voz tentando se recuperar de muito choro, se lamentando... Não se preocupe, adoro esses telefonemas, não tem ideia do quanto me divertem. Impressão minha ou se arrependeu de alguma coisa? Continue assim, me deixa muito feliz. É verdade que por um instante tenho pena de você, mas logo volto a rir loucamente e sigo meu caminho.
Mal pude acreditar nas últimas ligações. Muito menos quando eu te encontrei dormindo na porta da minha casa. Agora você me pede pra voltar, diz que me ama, que não consegue viver sem mim e toda essa asneira. Sim, sem a menor vergonha ou piedade digo que você e nada são a mesma coisa pra mim. Você já não faz a MENOR diferença na minha vida. Quero mais que você vá para o inferno e leve consigo toda a sua futilidade e preponderância. Está solitário? Que coisa hein?! Foda-se! Pensa em suicídio? Faz um bem enorme pro mundo. Só te peço pra me avisar quando for se matar, não posso perder essa cena.
Todo esse seu discurso me faz rir mais e mais. Faz a minha vida muito mais feliz, sabe? Caminho sorridente pela rua. Reparou como o céu está mais azul nesses dias de outono? Um aviso: não se anime, isso é apenas o início. Não sabe como posso ser ainda mais... indelicada, digamos assim.
Baseado em: Smile, da cantora Lily Allen. Composta por Allen, Iyiola Babalola, Darren Lewis, Jackie Mittoo. Faixa 1 do disco Alright, Still, de 2006.
Essa sim parece com a Sarah de verdade.
ResponderExcluiradoro essa musica! hehehe
ResponderExcluire o texto ficou muito parecido com ela, algumas partes sao quase traduçao né. Gostei!
Olha só... Sei que vc já me conhece há algum tempinhoooooo rs
ResponderExcluirMas como aspirante a psicóloga, devo lhe dizer que estou à disposição pra conversar, na hora que melhor lhe convier...
9236-**65... acho q vc jah deve saber ateh de cor, mas esse texto realmente me deixou assustada
huahuhauhuahuahuahahuauha
papo SUUUUPER de tia neh?!?!
adoooro o clipe, a musica, e adorei o texto
Já sabia desse seu lado obscuro faz um bom tempo, me surpreendi com o tempo que gastou para ganhar formato de texto. Muito bom maninha!
ResponderExcluirPreciso ensinar meus leitores a separar Autor de Narrador... Hahahahahaha me divirto!
ResponderExcluirNãããããoooo!
ResponderExcluirAssim vc perde metade da graça! Hahahaha
ADOREI!
Ameeii!! Sarinha, voce eh ma!! Hiauheuiahehauiheuihaiehae!!!
ResponderExcluirNossa, que vibe mais "meninas malvadas" esse post! hahahaha
ResponderExcluirmto bom!